domingo, 27 de outubro de 2013

Quando a vida real imita a arte.

Olá tudo bem com vocês? Espero que estejam todos bem, depois de muito tempo sem postar nada no blog, decidi compartilhar uma coisa muito curiosa com vocês:
Na sexta-feira, eu assisti à um filme de 1975, chamado ''O Casamento'', assisti o filme para ver o último trabalho da atriz Adriana Prieto, que morreu duas semanas depois de terminar as filmagens. Em geral eu gostei do filme, e Adriana Prieto realmente me encantou, foi como se ela tivesse uma magia, enfim, infelizmente a linda Adriana, morreu em um acidente fatal em 24 de dezembro de 1974, muito circula pela internet que a atriz morreu em dezembro de 1975 e que a atriz teria nascido em 1950, portando teria 24 anos quando morreu.
Na verdade Adriana nasceu no dia 19 de outubro de 1949, veio ao Brasil com 4 anos (se não me engano) e estreou no cinema em 1967, fez muitos filmes ''pornochanchadas'' e era querida por todas (inclusive militares.)
Pesquisei muito sobre essa atriz que me encantou, li também sobre a opinião de uma mulher, que achava que Adriana havia sido morta pelos militares, um crime político, não creio isso, Adriana nunca fez nada que preocupasse tanto os militares, então, pra que matar uma atriz maravilhosa?
Mas falarei sobre o principal assunto do post, no seu ultimo filme, ''O Casamento'', sua personagem, Glorinha, sonha que sofre um acidente, na vida real, Adriana gravou as cenas em que é socorrida (depois do acidente) no Hospital Miguel Couto, no Rio de Janeiro. Na vida real, Adriana foi levada para o mesmo hospital quando sofreu o acidente.
Adriana sofreu o acidente na madrugada do dia 20 de dezembro de 1974, era 5:28 da manhã quando um carro da policia se chocou com seu carro, um fusca, ao colidir, seu carro subiu na calçada e colidiu com a porta da loja Del Modas, segundo testemunhas, Adriana não respeitou a sinalização e avançou.
Ela foi levada para o Hospital Miguel Couto, o mesmo em que filmou as cenas de seu ultimo filme, onde ficou internada, sofreu três paradas cardíacas e ficou sujeita a perder a visão do olho esquerdo, a mãe da atriz, trabalhava na farmácia do Hospital Miguel Couto e teve um colapso nervoso quando soube que sua filha havia sofrido o acidente.
Adriana não aguentou os ferimentos e morreu no dia 24 de dezembro de 1974, véspera de Natal.
Adriana Prieto é um grande exemplo quando dizem que, às vezes, a vida imita a arte.

Ultimo filme de Adriana, ''O Casamento'':



Minha foto favorita de Adriana:




domingo, 15 de setembro de 2013

19 anos sem Pozzi.

Olá, tudo bem com vocês? Hoje falarei sobre a ativista e atriz italiana Moana Pozzi, mais famosa pelo fato de ser uma atriz pornô do que pelo fato de ser uma ativista política durante os anos de 1991 até 1994, ano de sua morte.
Nascida em Gênova, sua família se mudou para o Brasil e depois para o Canadá, por conta do trabalho de seu pai. Voltou para a Itália em 1980 e logo começou a trabalhar como dançarina, modelo e estudou interpretação.
Chegou a ser apresentadora de um programa para crianças (1981), também se envolveu em um escândalo, quando descobriram que ela era amante do primeiro ministro italiano Bettino Craxi.
Em 1986 conheceu o gerente da Diva Futura, Riccardo Schicchi, no mesmo ano estreou seu primeiro filme pornô ao lado de Cicciolina.
Mas não irei falar neste post sobre os filmes pornográficos de Moana, mas sim pelo fato de ela ter sido uma grande estrela na Itália, por conta de suas polêmicas sendo amante de muitos homens (como Robert De Niro e até mesmo o jogador de futebol brasileiro Paulo Roberto Falcão), em 1989 atacou de cantora e fez um relativo sucesso na Itália.
Mas foi em 1991 que Moana viu sua carreira subir, se juntou com Cicciolina (que foi deputada entre os anos de 1987 até 1992) e formaram o Partido Dell'Amore, ou Festa do Amor na Itália, ela tentou se candidatar para o cargo político em 1992, porém, sem sucesso.
No mesmo ano, Cicciolina saiu do Partido Dell'Amore, e Moana focou os objetivos do Partido em outras coisas, como: acabar com a corrupção e o crime organizado (completamente contra o que Cicciolina defendia no Partido Dell'Amore, que era a legalização de bordeis, educação sexual nas escolas e a construções de ''parques do amor'' -wtf-).
No ano de 1993, Moana queria se candidatar à prefeitura de Roma, porém conseguiu poucos votos e não se elegeu.
Nos últimos anos de vida, Moana se dedicou a sua família, seu marido (com quem era casada desde 1991) e seu filho (que na época ela dizia a imprensa ser o seu irmão, creio que com o objetivo de tentar tornar a vida do filho ''normal''.)
No verão de 1994 Moana se sentia mal, não conseguia comer e decidiu tirar uma folga e viajou para Índia, retornou, mas não para Itália, e sim a cidade em que iria morrer: Lyon, na França, foi internada no dia 15 de setembro em uma clinica e morreu no mesmo dia por causa de um câncer no fígado.
Após a morte, muito foi dito que Moana teria morrido de AIDS, mas tudo não passou de boatos.

Moana pode ter sido para muitos apenas um símbolo sexual, mas ela tentou durante pouco tempo, mudar a política na Itália, mudar os rumos do país e acabar com a corrupção, o que infelizmente, não foi possível.

Algumas músicas de Moana:



sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Inocentes.

Olá, tudo bem com vocês? Infelizmente esqueci minha senha no meu antigo blog: joaofaltskog, então, tive que criar outro blog e irei repostar os posts que estavam no meu antigo blog. Hoje irei falar sobre o caso da garotinha de apenas 8 anos, Araceli Crespo, Araceli morreu em 18 de maio de 1973 de uma forma monstruosa, depois disso em 2000 o dia 18 de maio ficou conhecido como ''Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes''.
Era sexta-feira, 18 de maio de 1973, Araceli mandou um bilhete para sua professora onde estava escrito que ela deveria sair da escola as 16:30 para pegar o ônibus, já que no dia anterior a pequena Araceli havia perdido o ônibus.
Araceli estava na frente da lanchonete onde esperava o ônibus, quando viu um gatinho, brincou com ele, quando de repente vê que perdeu o ônibus...
A ausência da garotinha foi notada pelo seu pai, quando ela não voltou para a casa, achando que se tratava de um sequestro ele distribuiu as imagens de Araceli pelas ruas e para os jornais.
O corpo de Araceli foi encontrado apenas 6 dias depois, o corpo da menininha estava atrás do Hospital Infantil, em um matagal, o corpo estava com marcas de abuso sexual e completamente desconfigurado.
Havia dois suspeitos do crime, Paulo Helal e Dante Michelini, esses dois indivíduos vinham de famílias ricas e influentes de Vitória, Espirito Santo (local onde tudo aconteceu.)
Uma das testemunhas, Marislei, namorada de Paulo, disse que Araceli estava na frente da lanchonete e que Paulo disse para Marislei dizer a menina que ''Tio Paulinho a chamava para levá-la para a casa''. A garota foi mantida em cárcere privado por dois dias, no porão do Bar do pai de Dante (o pai de Dante sabia de tudo o que estava acontecendo).
Uma das coisas mais horríveis que já li na minha vida foi o que fizeram com a pequena Araceli, os acusados estavam sobre efeito de drogas e teriam lacerado a dentadas os seios, parte da barriga e as partes intimas da garotinha. A garotinha foi levada as pressas ao Hospital Infantil, mas não resistiu, os acusados ainda mantiveram o corpo de Araceli sob-refrigeração e jogaram acido no corpo dela, para dificultar a identificação do corpo.
Marislei foi uma testemunha chave nas investigações, os acusados falavam que nunca teriam visto Araceli e desmentiram quando Marislei disse que Paulo dava sorvetes e bonecas para Araceli, para conquistar a confiança da garotinha (segundo um vídeo que vi, que foi passado pela Globo em 1977, Paulo seria apaixonado por Araceli.)
Muitas pessoas que queriam desvendar o crime foram mortas, um próprio sargento que estava perto de desvendar o crime foi morto com tiros nas costas. O autor do livro ''Araceli, meu amor'', José Louzeiro, disse que enquanto escrevia seu livro em Vitória, teria sido alvo de ''queima de arquivo''. De acordo com ele um funcionário dos Helal, havia dito que ele corria perigo.
O corpo de Araceli foi enterrado apenas 3 anos depois, em 1976.
Nas investigações, os familiares dos acusados contrataram os melhores advogados de Vitória para destruir provas do crime.
Os acusados foram novamente para um julgamento em 1991, porém foram absolvidos, a partir dai, alguns relatos disseram que eles se tornaram ''pais de família católica, senhores acima de qualquer suspeita.''
O caso de Araceli me fez lembrar de um outro caso que aconteceu em 1973, o caso de Ana Lidia, uma garotinha que foi sequestrada e morta em 11 de setembro de 1973, enquanto estava indo para a escola, um dos acusados era seu próprio irmão. Araceli e Ana Lídia não estão sozinhas, em 73 um garoto desapareceu enquanto estava em sua casa com sua mãe e seus irmãos, ele nunca foi encontrado, existe também o caso da garotinha Claudia Rodrigues e do desaparecimento de Rosana Pandim, neste caso o corpo das meninas jamais foi encontrado.

                                                   O caso Ana Lidia
Aproveitarei que estou falando de Araceli e falarei sobre Ana Lidia Braga, uma garotinha que foi morta em setembro de 73, Ana Lidia também foi morta de uma forma monstruosa, ela foi torturada, estuprada e morta por asfixia, o corpo dela foi encontrado no dia seguinte (dia 12 de setembro) semi-enterrado, o corpo estava com marcas de cigarro, marcas de pneus de moto no terreno e duas camisinhas, pistas que levariam fácil aos assassinos.
Os acusados foram: o próprio irmão de Ana Lidia, que teria vendido a garotinha para traficantes e até filhos de políticos de Brasilia, talvez por isso o crime foi encoberto pela ditadura, ninguém poderia dar informações á população do caso, provas não foram coletadas, não houve rigor nas investigações.
Fernando Collor de Melo foi um dos suspeitos do crime, sim, um cara que seria nosso presidente em 1990.
O mais estranho foi que houve uma passividade por parte dos próprios familiares de Ana Lídia.

''A força do poder dominante para sufocar a divulgação do assunto pode ser medida por um episódio citado por Jávier Godinho em sua obra "A Imprensa Amordaçada". No dia 20 de maio de 1974 jornais, rádios e estações de televisão do país receberam o seguinte comunicado do Departamento de Polícia Federal:
De ordem superior, fica terminantemente proibida a divulgação através dos meios de comunicação social escrito, falado, televisado, comentários, transcrição, referências e outras matérias sobre caso Ana Lídia e Rosana.
Polícia Federal
Rosana Pandim se tratava de outra garota desaparecida com 11 anos de idade em Goiânia, no mesmo ano da morte de Ana Lídia. Mas, ao contrário do que aconteceu com a menina de Brasília, o corpo de Rosana jamais foi encontrado.'' - retirado da página Wikipédia.
O caso foi reaberto em 1985, pois uma repórter disse que conhecia testemunhas que apontaram Alfredo Buzaid Junior ( um filho de um político) como o assassino, apesar de a impressa divulgar que ele teria morrido em um acidente no ano de 1975, a repórter garantiu que ele estava vivo. Mais uma vez fatos estranhos aconteceram nas investigações, testemunhas simplesmente morreram ao serem convocadas a depor e não foi permitida e exumação do corpo do acusado, sendo assim, o caso foi fechado novamente por falta de provas.
Mesmo que os verdadeiros assassinos confessarem os crimes, eles não serão presos, pelo fato de existir uma lei que diz que 20 anos depois do crime, os verdadeiros criminosos serem encontrados e confessarem o crime, eles não serão mais presos.
Ana Lidia, Araceli, Rosana, Claudia e diversas outras crianças, fazem parte da impunidade no Brasil. Pois é, nem crianças estão livres dos monstros no mundo.
Em homenagem a Ana Lidia, construíram um parque, o famoso Parque Ana Lídia, várias crianças brincam nos diversos brinquedos do parque, o tumulo de Ana Lidia também é um dos mais visitados de Brasilia, hoje, a garotinha é considerada uma santa.
Infelizmente nesses crimes não houve punição, as famílias dessas crianças sofrem até hoje, com a dor da perda, já que não houve justiça pelo menos, essas crianças podem descansar em paz.